No dia 12 de junho de 1907 nascia Dona Ermínia, no município de Itambacuri, em Minas Gerais. 111 anos depois, Dona ‘Dindinha da Promeca’, como é conhecida hoje em dia, é uma das pessoas mais velhas de Várzea Paulista e coleciona muitas histórias e lembranças de uma vida centenária.
Já faz ao menos 30 anos que ela mora no Jardim Promeca, em Várzea Paulista, local onde é conhecida por grande parte dos moradores e onde acompanhou o crescimento da região nas últimas décadas. Com seus 111 anos de vida, ela ainda carrega costumes do passado, como conta sua filha, Maria Gouveia, de 76 anos. “Todos os dias ela acorda para varrer a calçada. Até brincam para ela fazer parte dos varredores de rua da Prefeitura”, diz, aos risos.
Além de Dona Dindinha, poucos são os que chegam à essa idade na cidade. Dados do IBGE de 2010 mostram que, naquele ano, apenas 6 pessoas em Várzea Paulista superavam a marca dos 100 anos: quatro mulheres e dois homens. Para sua filha, trata-se de uma genética ‘das boas’. “A mãe dela viveu até os 92 e a bisavó até os 112. E ela tem saúde boa, não tem nada de problema de pressão. Até teve colesterol alto uma época, mas já controlou”, continua.
E chegar a essa idade rendeu a Dona Dindinha uma família daquelas: são quatro filhos, ao menos 20 netos, mais bisnetos ainda e até tataranetos. Questionada se as festas de família juntam muita gente, a filha Maria não hesita em responder. “Nossa, é muita gente. Ano passado fizemos o aniversário dela, lotou! E era todo mundo da família”.
Hoje ela mora com Maria, já que, infelizmente, muitas das coisas que ela fazia anteriormente, quando morava sozinha, ficaram mais difíceis por conta da idade e necessitam de ajuda. No entanto, o local em que ela morava antes de ir para a casa da filha fica no mesmo terreno e, todos os dias ao acordar, ela quer ir para sua casa antiga.
Maria Gouveia, 76 anos, é quem cuida da mãe atualmente
“Ela quer ter as coisas dela e sempre fala que quer ficar na casa dela. Mas ela não sai sem mim. Amanhã minha sobrinha vem buscar ela para dar uma volta, ela já veio perguntar se vou junto. Como disse que não vou, ela já avisou que o passeio tem que ser rápido!”, continua.
Sobre as histórias que a mãe conta, ela diz que a maioria diz respeito às suas lembranças de família, ainda em Minas Gerais. “A vó dela fazia biscoito de polvilho para os macacos que viviam na região e as crianças comiam tudo. Aí a vó dela dizia ‘viu só, os macacos estavam com fome!’, e fazia todos os dias os biscoitos de polvilho para os macacos. É uma história que ela sempre dá risada. São muitas histórias da infância dela”.
No ano passado, o Tribuna de Jundiaí noticiou seu aniversário de 110 anos, que além de ter sido comemorado em família, foi também fruto de homenagem na Paróquia Santo Antônio, que fica no bairro da Promeca e reúne muitos daqueles que conhecem Dona Dindinha há anos. Este ano, a homenagem virá por meio de sessão solene na Câmara Municipal de Várzea Paulista, no dia 13 de julho, às 19 horas.
E a reportagem também não poderia ficar de fora: com uma história de vida que certamente é rica de lembranças e momentos bons, fica aqui a nossa homenagem e o nosso feliz aniversário para a Dona Dindinha da Promeca!
