Denúncia sobre fechamento de salas de aula em Jundiaí chega ao Ministério Público

Denúncia sobre fechamento de salas de aula em Jundiaí chega ao Ministério Público

Documentos apresentados pelos representantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) do Jardim Tarumã, Novo Horizonte e Morada das Vinhas, em Jundiaí, apontam que o fechamento das salas de aula nos bairros já preocupava os estudantes desde o início deste ano. As denúncias de possíveis irregularidades foram levadas ao Ministério Público.

A saga da Comissão de Alunos da EJA em busca de melhorias começou pela Câmara dos Vereadores, em abril. No documento protocolado por eles, os estudantes pedem pela continuidade das salas nos bairros e melhoria na qualidade do ensino. Sem resposta, a comissão seguiu para a denúncia no Ministério Público. Um trecho do texto protocolado aponta a informação do fechamento: “Em 13 de fevereiro, onde se daria início ao nosso semestre letivo, chegamos na escola e não tinha (sic) professores das matérias necessárias, e sim um professor de português e o outro de matemática (...) questionei sobre a ausência de professores e fui informada que iriam fechar as unidades e se quisessem continuar estudando  teriam que se locomover até a Argos”. Adiante, “(...) tentaram me coagir que os alunos aceitassem as condições que estavam sendo impostas por eles”, apontam trechos das reclamações de membros da comissão de alunos.

Denúncia foi protocolada no Ministério Público de Jundiaí por representantes de alunos


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Da denúncia, uma reunião foi realizada em 30 de junho, com a presença da promotora de Justiça Dra Natália Tavares Gavião, os representantes da Comissão da EJA, o defensor público estadual, Dr. Pedro Cavenaghi Neto, a coordenadora do Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos, Maria Eneida Spinelli Salvadori, o Gestor Municipal de Educação de Jundiaí, José Antônio Parimoschi e Fernando de Souza, Gestor de Negócios Jurídicos do Município de Jundiaí. De acordo com o documento, “tendo em vista que a falta de professores foi o grande problema pontuado na estrutura da EJA, a Prefeitura reconheceu sua responsabilidade e comprometeu-se a tomar medidas para a solução dos problemas para o próximo ano”. 

Um abaixo-assinado também foi feito pelos estudantes e teria sido anexo a um pedido de reunião com o prefeito Luis Fernando Machado, que segundo a comissão não foi atendido. Nele, os estudantes apontam mais irregularidades, com destaque para a “união de salas de séries diferentes para que menos professores possam atender maior quantidade de alunos”; “não cumprimento da carga horária e não reposição das aulas não ministradas até o momento”; “atitude autoritária ao tomar a decisão de divulgar o fechamento das turmas de EJA na EMEB Deodato Janski e da tentativa de transformar as turmas restantes em modalidades semipresenciais”.

A Prefeitura de Jundiaí, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o EJA no Jardim Tarumã será mantido e que para o Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano) estão matriculados nove alunos e para o Fundamental 2 estão inscritos 16 alunos. Desses, oito alunos cursarão o 8º ano e os demais, o 9º ano. Ninguém teria se inscrito para os 6º e 7º anos. Ainda segundo a nota, 2,7 mil alunos estão matriculados na EJA na cidade. A respeito da falta de professores, nada foi declarado.

“Colocamos os cartazes falando sobre as aulas por várias vezes e todos eles eram retirados do local. Com certeza isso fez com que as pessoas não soubessem do curso e, claro, desta forma não se inscreveram", disse David Camargo, morador do bairro.

“Com certeza eles (a Prefeitura) voltaram atrás depois das inúmeras reclamações que fizemos. Até então não tínhamos tido uma resposta definitiva sobre a continuidade ou não da EJA no bairro. Passamos as férias na incerteza”, completa Rita de Cássia Santos da Silva, representante da escola no Jardim Tarumã.
 

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