Despoluição do rio Jundiaí traz avanços para Várzea Paulista

Despoluição do rio Jundiaí traz avanços para Várzea Paulista

Nesta quinta-feira (22) é comemorado o Dia Mundial da Água e para cidades da região como Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí e Itupeva, há muito o comemorar: o rio Jundiaí voltou a ter vida. Não há, em todo o país, registro de uma bacia hidrográfica altamente adensada como a bacia do rio Jundiaí que tenha sido despoluída.

Grande parte desta vitória foi graças a inauguração do Sistema Integrado de Esgotamento Sanitário de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, em novembro de 2013, com investimento de R$ 115 milhões. Pouco mais de quatro anos depois, já há relatos da aparição de peixes, os bagres Jundiás, que ficaram cerca de 30 anos sumido devido o avanço da poluição.

No ano passado, a Sabesp inaugurou a nova estação de captação de água do rio Jundiaí, que possibilitou a captação da água direta do rio para o abastecimento de 117 mil moradores da cidade. A ação só se tornou possível devido à melhoria da qualidade das águas do rio Jundiaí, sobretudo em Várzea Paulista, que passou de classe 4 para 3.

Despoluicao do rio Jundiai traz avancos para Varzea Paulista1 minApós 30 anos de recuperação e obras para coleta e tratamento de esgoto, trecho do Rio Jundiaí foi despoluído

O próximo passo será a construção de uma rede coletora para tratamento de esgoto para empresas próximas a marginal do rio, além da possibilidade da criação de uma represa em Várzea Paulista. A proposta já foi debatida entre a Prefeitura e Sabesp, que declara ter grande interesse em ampliar o índice de esgoto coletado na cidade, que atualmente é de 94%.

Segundo a Prefeitura de Várzea Paulista, o objetivo de construir uma represa em uma área de preservação na marginal do Rio Jundiaí, que possui uma mina d’água e criar em seu entorno um parque ambiental. “Além de garantir água aos nossos moradores, teremos uma área de lazer muito boa”, declarou o prefeito Juvenal Rossi.

Histórico de despoluição

Desde 2012 a Sabesp inaugurou duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) na região. Com investimento de R$ 132 milhões, os empreendimentos foram fundamentais para a eliminação de 257 toneladas por mês de carga orgânica do rio.

Em Itupeva, a implantação do sistema de esgotamento sanitário começou em 2009 com a construção da ETE e da Estação Elevatória de Esgotos (EEE). O sistema entrou em plena operação em julho de 2012, elevando o tratamento dos esgotos coletados de 13% para 96%.

Despoluicao do rio Jundiai traz avancos para Varzea Paulista2 min
O renascimento da água trouxe de volta os peixes

O ponto fundamental para a despoluição do corpo hídrico foi o Sistema Integrado de Esgotamento Sanitário de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, em 2013. A estrutura contemplou a construção de cinco estações elevatórias de esgotos nos dois municípios, uma estação de tratamento de esgotos e 38 quilômetros de redes capazes de transportar o esgoto coletado para o tratamento.

A ETE tem capacidade para tratar 560 litros de esgotos por segundo e permitiu que Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista atingissem 90% e 96% de tratamento de esgotos, respectivamente. Além das estações, foram implantadas nas últimas décadas as redes coletoras e estações de bombeamento, essenciais para que o esgoto fosse coletado das casas, comércios e indústrias e enviado para o tratamento.

Todas as intervenções realizadas contribuíram diretamente com o desenvolvimento das cidades de Campo Limpo Paulista, Itupeva, Várzea Paulista e dos municípios vizinhos. São mais de 220 mil pessoas beneficiadas com a despoluição do rio Jundiaí e, consequentemente, do rio Tietê.

A melhoria das águas foi reconhecida, inclusive, com a ampliação do reenquadramento do rio de classe 4 para classe 3, que agora abrange o trecho entre o córrego Pinheirinho, em Várzea Paulista, e a foz no Tietê, em Salto, com mais de 60 km de extensão.

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