Casos de assédio sexual aumentam no Carnaval; campanhas pedem para que mulheres denunciem

Casos de assédio sexual aumentam no Carnaval; campanhas pedem para que mulheres denunciem

Nesta sexta-feira (9), foi oficialmente aberta a temporada de folia e animação em Jundiaí. Com a chegada do Carnaval, nos últimos dias diversos grupos ao redor do Brasil, bem como a ONU Mulheres, criaram campanhas pedindo o fim assédio sexual, comum nesta época do ano.

Dados mostram que, entre o carnaval de 2016 e 2017, os casos de violência sexual contra mulheres registrados pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) aumentaram 88% em todo o Brasil.

Para conter o assédio, uma das iniciativas deste ano é a campanha #AconteceuNoCarnaval, que vai atuar em cidades como Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, João Pessoa, Campina Grande e Ouro Preto.

A campanha vai recolher relatos de mulheres para contabilizar e mapear os casos de assédio durante as festas e elaborar um relatório que servirá para pressionar o Poder Público por políticas de prevenção e de combate à cultura de assédio no carnaval nos próximos anos.

Os relatos podem ser feitos pelo whatsapp: (81) 99140-5869, de forma anônima. A iniciativa é de quatro organizações sociais: Rede Meu Recife, Mete a Colher, Women Friendly e Minha Sampa.

Outro grupo decidiu criar uma campanha para distribuir tatuagens temporárias e gratuitas com mensagens claras contra mãos bobas e "elogios inconvenientes" de alguns homens. A expectativa do grupo é distribuir mais de 4 mil tatuagens com os dizeres ‘não é não!’ nas mais variadas cidades do Brasil.  

Também entrando nesta onda, a ONU Mulheres lançou a campanha “Respeita as mina. É simples.” De acordo com Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil, a campanha espera provocar uma reflexão dos homens sobre suas atitudes e comportamentos durante as festividades, para que a cultura do assédio não seja reproduzida, normalizada ou tolerada.

 “O Carnaval é um momento de diversão para todas e todos, mas infelizmente a realidade é que os espaços ainda não são seguros para que as mulheres possam se divertir sem medo de violência. Para tanto, é preciso que os homens abandonem comportamentos nocivos que perpetuam a violência e isso requer que eles respeitem as mulheres”, disse.

“Se a mulher disse não para você, significa que ela disse não para você”; “Se a mulher veste roupas curtas, significa que ela está querendo vestir roupas curtas”; “Quando a mulher falar que vai pedir o taxi para ir embora, significa que ela vai pedir o taxi para ir embora”; “Quando a mulher falar que quer curtir a festa com as amigas, significa que ela quer curtir a festa com as amigas.”; “Quando a mulher diz que não quer beijar você, significa que ela não quer beijar você” e “Quando a mulher está rebolando até o chão, significa que ela está querendo rebolar até o chão", são algumas das mensagens disseminadas pela campanha.

Em Jundiaí, pelo menos 10 blocos de Carnaval passarão pela cidade até terça-feira (13). Qualquer denúncia pode ser feita pelo 180, um serviço gratuito e disponível 24 horas por dia, inclusive finais de semana e feriados, pensado totalmente para as mulheres, visando preservar seu anonimato.

No caso de abuso ou violência, é necessário fazer um boletim de ocorrência. Já no caso de violência sexual, é necessário procurar ajuda médica, principalmente pela necessidade de tomar remédios preventivos a doenças sexualmente transmissíveis, o que deve ser feito em até 72 horas.

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