Audiência Pública sobre proibição de fogos termina em bate-boca e ameaças

Audiência Pública sobre proibição de fogos termina em bate-boca e ameaças

De um lado, associações e protetores de animais apoiadores da proibição de fogos de artifício em Jundiaí. Do outro, comerciantes, funcionários e outros munícipes preocupados com o desemprego gerado numa virtual aprovação da proposta que é discutida na cidade. A audiência pública sobre projeto de lei de autoria conjunta de quatro vereadores literalmente dividiu e esquentou tanto auditório como plenário da Câmara de Jundiaí, na noite desta quinta-feira (25).

O debate terminou antes da hora, por volta das 21h, após a defesa do projeto por um de seus autores, o vereador Paulo Sérgio Martins (PPS). Após intensas e embasadas justificativas de lado a lado, o parlamentar subiu à Tribuna com um discurso provocativo e jocoso direcionado a parte dos presentes. Alguns, mais exaltados, passaram a gritar e xingar o vereador. Irritado, Paulo Sérgio desceu do palanque e revidou no mesmo tom agressivo, mas com todos os microfones desligados. Ele foi contido por funcionários da Casa e por parceiros de parlamento. O suficiente para encerrar a audiência pelo presidente da Câmara, Gustavo Martinelli (PSDB), sem muitas explicações.

Justificativas

Antes do bate-boca, a audiência rendeu um bom debate. O munícipe Leonildo da Silva subiu à Tribuna para rechaçar o projeto, em defesa da manutenção de empregos nas casas de fogos de artifício da cidade. “Além do mais, os fogos fazem parte da cultura do Brasil”, defendeu. Mais técnico foi o argumento de Eduardo Tsugiyama, da Associação Brasileira de Pirotecnia. “É preciso verificar o conflito de leis municipal, estadual e federal. Além do mais hoje já não é permitida a soltura de fogos na frente das casas”, enfatizou.

Por outro lado, o criador de cavalos, Vinicius Sacramoni, ponderou em defesa do bem-estar animal. “Toda quarta-feira à noite (dia de jogos de futebol) eu ou alguém que conheço temos de sair em resgate de algum cavalo descontrolado nas ruas”, contou. “Vocês podem imaginar o que é o perigo de um animal de meia tonelada solto, assustado. Não há nada que segure”, disse, relatando um caso de fuga de cavalo que ficou à beira da Estrada Engenheiro Constâncio Cintra (Estrada de Itatiba), após se assustar com o barulho de fogos. “Graças a Deus não aconteceu nada grave, mas 95% de casos com acidentes envolvendo cavalos são fatais”.

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