Bailarino jundiaiense assina contrato para dançar nos mares da Europa

Bailarino jundiaiense assina contrato para dançar nos mares da Europa

“Não lembro de não dançar na vida. Desde pequeno, sempre estava copiando as coreografias dos artistas na TV”, conta o jundiaiense Filipe Vinicius de Oliveira, bailarino profissional, que trabalhou no elenco de artistas do Parque Beto Carrero World e agora, embarca para sua próxima aventura: dançar em alto mar por toda a Europa.

Lipe, como é carinhosamente chamado, conta que sempre morou no bairro Eloy Chaves e começou a fazer aulas de Jazz com 7 anos de idade. “Duas amigas minhas faziam e eu pedi pros meus pais me colocaram também. Logo, a dona da escola me deu uma bolsa de estudos para as aulas de Ballet Clássico e também bolsa para o Jazz. Desde então, nunca parei”, conta o bailarino que hoje é especializado em Ballet Clássico e Jazz, mas já passou por outras modalidades como sapateado, dança de salão e danças urbanas.

Aos 17 anos, Filipe começou a frequentar as aulas em uma escola em Campinas com o objetivo de aprimorar a técnica e as oportunidades foram surgindo. Ele passou por grandes escolas de dança, como a Escola Municipal de Artes “Maestro Fêgo Camargo”, em Taubaté e a Escola de Dança Adriana Assaf, em São Paulo, onde permaneceu até ser aprovado para integrar a companhia de dança mais antiga de São Paulo, a Ballet Stagium.

Com essas experiência no currículo, Filipe conseguiu dar um passo importante na carreira: a conquista do DRT, um documento da Delegacia Regional do Trabalho que reconhece o artista como apto profissionalmente para exercer sua função no mercado de trabalho.

Bailarino jundiaiense assina contrato para dançar nos mares da Europa6 minFilipe no espetáculo "O Sonho de Cowboy", atração do Parque Beto Carrero World. (Foto: Reprodução/Instagram Pessoal)

Em 2010 outra porta, ainda maior, foi aberta: ele foi convidado para fazer parte do elenco de artistas do Parque Beto Carrero World, o maior parque temático da América Latina. Decidiu então, assinar o contrato e se mudar para Santa Catarina, onde morar atualmente. “(Eu) trabalhei com artistas de áreas diferentes e com diversos produtores, diretores e equipes para a realização dos trabalhos”, conta o bailarino.

Em um período de oito anos, Filipe fez parte do musical “O Sonho de Cowboy”, dirigido por Maicon Clenk e com direção musical e trilha criada por Tim Rescala, que assinou a produção musical do seriado “Hoje é dia de Maria”, da Rede Globo. Além desse musical, o jundiaiense também participou do espetáculo “Madagascar Circus Show”, considerado pela DreamWorks o maior espetáculo do mundo no segmento Madagascar, e também o musical “Natal do Shrek”.

Bailarino jundiaiense assina contrato para dançar nos mares da Europa5 minEspetáculo “Madagascar Circus Show”. (Foto: Reprodução/Instagram Pessoal)

Filipe agora dá um novo passo na carreira e conta, com orgulho, a novidade. “Finalizei meu contrato com o Beto Carrero em agosto de 2018 para me aventurar em outros palcos, desta vez em alto mar com a Companhia Pullmantur Cruises, num contrato que viajará por toda a Europa. Começo neste contrato no próximo dia 18 de agosto”.

Questionado pela equipe de reportagem do Tribuna de Jundiaí sobre alguns preconceitos da área artística, Filipe diz se considerar sortudo por todo apoio que encontrou. “Desde o início fui apoiado pela minha família e amigos, sempre torceram por mim e me ajudaram como podiam. Claro que no nosso país você dedicar a vida a trabalhar com arte não é fácil e as pessoas acham que é apenas um hobby, mas com foco e determinação é possível chegar lá, se é o que você realmente quer e acredita, se dedicar, estudar e batalhar são as peças fundamentais para alcançar a realização”.

Carreira internacional x nacional

Questionado sobre a valorização artística no Brasil com as oportunidades oferecidas internacionalmente, como na Europa, que é palco de muitos artistas, Filipe afirma que o Brasil tem melhorado neste quesito. “A Europa realmente tem uma cultura de valorização artística muito superior ao Brasil, não é à toa que tantos talentos daqui se deslocam até lá para conseguir boas oportunidades de emprego. O acesso cultural lá é muito maior e também incentivado desde cedo nas crianças. O Brasil está melhorando neste meio, mais precisamos caminhar muito ainda”.

Agora, quando o assunto diz a respeito do apoio necessário para seguir em frente, especificamente na dança, Filipe não titubeia em dizer: “acreditar e incentivar nossas crianças e talentos, uma boa base educacional e cultural com certeza é o que falta para isso se desenvolver com naturalidade como acontece em outros lugares. Sem contar o apoio da família! Identificar o talento logo cedo ajudará muito no processo de profissionalização. Sempre tive este apoio e ele foi essencial para eu chegar onde cheguei e ter forças para nunca desistir”, finaliza.

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