O jundiaiense André Perlatti, 35 anos, morador do bairro Jardim Ana Maria, embarca neste sábado (9) rumo a uma grande aventura: escalar o "Ojos del Salado", maior vulcão do mundo, localizado no Deserto do Atacama, entre a Argentina e o Chile.
André trabalha como guia de montanha, na Aventura Alpina, e seu grande objetivo é escalar os sete maiores cumes e vulcões dos sete continentes do planeta.
De todos, André já escalou quatro cumes: Elbrus, a montanha mais alta da Europa; Kilimanjaro, na Tanzânia; Damavand, no Irã e Aconcágua, maior montanha da América do Sul.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Ao Tribuna de Jundiaí, André contou que a paixão pela montanha, alpinismo e montanhismo o levou a traçar o roteiro e começar o preparo para a viagem, que vai muito além do condicionamento físico.
“Passei o ano inteiro indo na academia todos os dias e correndo 30 km na semana. Para o preparo psicológico, eu medito e faço yoga, isso ajuda a ficar mais calmo, presente em cada passo e não deixar a mente se perder em meio às dores, cansaço e falta de oxigênio”, conta o montanhista.
André vai passar 16 dias sozinho, caminhando em média 7 horas diárias.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
A grande expectativa de André não é apenas chegar ao ponto mais alto do vulcão, mas ter uma boa viagem e cumprir o itinerário. No percurso, ele vai passar por sete acampamentos até chegar ao vulcão, sempre com um desejo em mente: encontrar água em todos eles.
“Eu espero encontrar água. O Deserto do Atacama é a região mais seca do mundo, então essa é a questão mais preocupante. Estudei bastante sobre os acampamentos e vi que apenas um não terá água”, conta.
Apesar do forte espírito de aventura, André conta que não sofre com a “febre do cume”, que gera o sentimento de obrigação de chegar até a parte mais alta das montanhas e vulcões que escala.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
“A minha relação com a montanha é diferente. Ela que está no comando e não eu. Na vida, nós queremos ter o controle de tudo, mas na verdade, não temos o controle de nada. Se a montanha falar: ‘dá pra fazer o cume, o tempo está bom’ ou se eu pegar mau tempo e não der pra fazer, eu não vou fazer”, explica.
A aventura que começa no sábado (9) vai até dia 28 de fevereiro. O aventureiro jundiaiense embarca com um pensamento maior, que serve de lição para muitas coisas na vida: “Eu espero que seja divertido, prazeroso. O que vale mais do que o destino, é o caminho”, finaliza.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
