Laboratório de desenvolvimento de produtos da P&G será instalado em Louveira

Laboratório de desenvolvimento de produtos da P&G será instalado em Louveira

O município de Louveira receberá até o fim do primeiro semestre deste ano, um dos maiores laboratórios de desenvolvimento de produtos da P&G na América Latina, que levará novas oportunidades ao mercado profissional. A empresa já possui fábricas na cidade desde 1996.

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior mercado da P&G, que vai fazer pesquisas em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A P&G decidiu fechar esse tipo de operação em Caracas, Capital da Venezuela, o motivo é a dificuldade de operar um laboratório de pesquisa no país comandado por Nicolás Maduro, apesar de ainda manter a produção local.

O novo Centro de Inovação de Louveira será oficialmente inaugurado neste ano, mas os cientistas venezuelanos e brasileiros já estão atuando. Juntos, nos últimos seis meses, ajudaram a desenvolver um novo protetor diário feminino da marca Always e uma nova versão da fralda Pampers na planta de Louveira, o próximo projeto será da Gillette.

“A intenção é acelerar os lançamentos”, diz Juliana Azevedo, presidente da P&G no Brasil e a primeira mulher a comandar a marca no país em 30 anos. A multinacional demorava até dois anos para lançar produtos. O prazo agora é de até nove meses. O investimento no novo Centro de Inovação de Louveira, que poderá criar um produto do zero ou adaptar produtos do portfólio mundial, é de R$ 150 milhões.

A engenheira industrial e advogada, Juliana começou a trabalhar na área de marketing da P&G há 22 anos. Passou os últimos três meses na matriz, nos Estados Unidos, onde comandou a divisão global de produtos femininos. Antes disso, respondia pela mesma área no mercado latino-americano.

Durante anos, Juliana manteve a mesma rotina árdua. Às segundas-feiras, levantava às 3h da manhã em São Paulo, onde morava com o marido e o filho, fazia sua ginástica e voava para a cidade do Panamá, onde a P&G mantém os escritórios para a América Latina. Viajou por toda a região. “Consegui fazer isso porque minha mãe me ajudou, levava e buscava meu filho na escola”, diz.

No trabalho, o desafio que tem Juliana terá pela frente não parece nada fácil. A engenheira quer dobrar a participação de mercado dos produtos da P&G no Brasil, agora em torno de 16%. Em outros mercados em desenvolvimento, como o do México a fabricante das marcas Pantene, Ariel e Head&Shoulders que detém 30% nas categorias em que atua. Juliana diz que não é possível prever qual será o tempo necessário para atingir essa meta, mas tem certeza que é possível.

No Brasil, a P&G é a empresa que mais vende fraldas. Tem 30% do mercado, segundo a consultoria Euromonitor. Do segmento de beleza e cuidados pessoais, tem 5%. Em produtos para a casa, como sabão em pó e amaciante para roupa, por exemplo, a fatia gira em torno de 3%.

Para dar início a sua estratégia, Juliana decidiu acompanhar toda a operação de perto. As quatro fábricas e os centros de distribuição da P&G no Brasil respondiam apenas ao Panamá, sede da P&G na América Latina.

Desde janeiro de 2018, além dos 17 executivos que se reportam diretamente a Juliana, mais 30 gestores de fábricas e centros de distribuições são convocados para reuniões a cada dois meses. As metas de produção e vendas são checadas mensalmente. “Esta foi uma das mudanças essenciais neste mercado cada vez mais competitivo”, revela.

Outra novidade para 2019 é incorporar a operação da divisão de saúde humana comprada da alemã Merck, aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em junho. “A P&G atua em medicamentos sem prescrição, como Vick e Metamucil. Portanto, será uma nova experiência vender medicamentos que precisam de receita”, diz Juliana.

Via Folha Notícias 10

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