A moradora da Vila Popular, em Várzea Paulista (SP), Maria Antônia Jesus de Moraes, de 71 anos, resolveu trazer mais beleza em seu bairro plantando girassóis em um terreno baldio.
Maria conta que a ideia surgiu enquanto comprava sementes de girassóis para suas calopsitas. “Sempre gostei de plantar, mexer com terra, não tenho preguiça de nada”, completa. Como em sua casa não tem espaço, ela resolveu limpar o terreno da frente e plantar com a ajuda de sua vizinha Regina.
Nem tudo são flores
No começo do plantio, as maritacas foram um problema, além de comer as sementes dos girassóis, elas tombavam os pés com o peso e ainda derrubavam os abacates ao lado, causando um grande desperdício, segundo Maria.
“Coloquei umas tiras de tecido vermelho para espantar as maritacas e foi assim que elas pararam de derrubar as coisas”. Maria ainda conta que coloca frutas em sua sacada para que as aves não fiquem sem se alimentar.
Depois das maritacas, surgiu um problema maior: os seres humanos. De acordo com Maria, as pessoas chegavam e arrancavam seus girassóis sem pedir. “Teve gente que veio de carro para pegar meus girassóis. Fiquei chateada, plantei com tanto carinho”, diz.
Para evitar que seus girassóis fossem arrancados, a nora de Maria fez uma placa com o seguinte aviso: “Não mexa nos girassóis”. “Depois disso ninguém mexeu mais! Até as criançadas que gostavam de arrancar meus girassóis, pararam depois de ler o aviso”, afirma.
“Eu amo plantar”
Os girassóis se tornaram uma maneira de Maria mostrar aos vizinhos a beleza da natureza e a importância dela ser preservada, já que antes do plantio, o terreno era coberto de lixo e entulhos.
Maria diz que o plantio foi um marco: "Eles embelezaram o bairro e a minha vida”.
Com a chuva desses últimos dias sobrou apenas um pé de caxi (legume semelhante a uma abóbora). “Estou tão triste que perdi meus girassóis, que eu até sonho com eles”, diz emocionada. Mas, Maria não se deixa abalar e promete que assim que as chuvas pararem vai plantar tudo de novo.
