Petrobras pode congelar preços da gasolina

Petrobras pode congelar preços da gasolina

A Petrobras anunciou que terá opções de mecanismos para congelar por até 15 dias o preço da gasolina nas refinarias, sem sofrer perdas financeiras. Inicialmente, a medida não será aplicada para outros tipos de combustíveis.

“Em momentos de maior volatilidade, temos a possibilidade de usar esses instrumentos de modo que o resultado financeiro da companhia não se altere”, afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Rafael Grisolia, em coletiva de imprensa na última quinta-feira (06).

Os mecanismos financeiros de proteção — derivativos de gasolina na Bolsa de Nova Iorque e o hedge cambial no Brasil — funcionam como formas de seguro para prevenir os efeitos das oscilações da cotação internacional e da taxa de câmbio.

A empresa garante que irá escolher os momentos para aplicar esses mecanismos e não irá alterar sua política de reajustes baseada nos preços do mercado internacional.

“O que essa ferramenta está tirando é a volatilidade. O delta de variação de preço ao final dos períodos se mantém”, afirmou o diretor de refino e gás natural, Jorge Celestino.

A medida foi aprovada pela diretoria da Petrobras no dia 5 de setembro e poderá ser colocada em prática a partir de então. De acordo com Grisolia, realizar essa operação por um período maior do que 15 dias impactaria os resultados financeiros da empresa.

“Devido aos volumes desse mercado, é o período máximo. Os reajustes não serão a cada 15 dias, mas intervalos que vão variar.”

Para o analista da Planner Corretora, Luiz Caetano, esses mecanismos beneficiam distribuidoras e tiram pressão de ajustes diários da Petrobras.

“Abre a possibilidade de corrigir o preço da gasolina a cada 15 dias e não de forma diária. Isso é melhor para a cadeia do que para a própria Petrobras, especialmente para as distribuidoras, em termos de gestão de estoque.”

Para ele, o benefício à Petrobras é em termos de imagem. “Tira a pressão das críticas de fazer a correção todos os dias. Nesse momento de elevação do dólar e do petróleo, a empresa acaba ficando exposta a ajustes diários.”

Reajuste diário

Em outubro de 2016, o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, implementou a política de preços de combustíveis baseada nas cotações internacionais, visando melhorar os resultados financeiros da estatal.

Os reajustes de preços tornaram-se cada vez mais frequentes, chegando a ser diários a partir de julho de 2017. Em 2018, com os grandes aumentos do preço do petróleo, os reajustes causaram descontentamentos que viriam a deflagrar a greve dos caminhoneiros, em maio.

A crise e a consequente interferência do governo nos preços do diesel causaram a saída de Parente do comando da empresa.

Com informações do Diário do Comércio, Indústria e Serviços.

Recomendados para você