Professora e aluno criam cursinho gratuito para estudantes em Várzea Paulista

Professora e aluno criam cursinho gratuito para estudantes em Várzea Paulista

A professora e psicopedagoga, Cibele Melo, junto com o ex-aluno gremista, Matheus Sene, hoje estudante de enfermagem, desenvolveram em 2017 na Escola Estadual Professor Nathanael Silva, em Várzea Paulista (SP), o ‘Cursinho para Todos’, projeto que prepara alunos da rede pública para vestibulares.

 

Cibele contou ao Tribuna de Jundiaí, que o projeto foi inspirado na iniciativa de um professor voluntário de sociologia, Edilson Timóteo, que promoveu um cursinho livre – não existe chamada ou inscrição – aos alunos da rede pública na Escola Georgina Helena Fortarel, em Campo Limpo Paulista (SP), por meio do programa ‘Escola da Família’.

Ela que ministrou uma aula a pedido do professor disse que saiu “encantada” e decidida a fazer algo igual ou parecido em Várzea Paulista. “Eu amei a ideia! E, assim, poderia ajudar várias pessoas que não tem condições de pagar um cursinho”, afirma a professora.

Projeto ganha vida

No começo de 2017, Cibele decidiu compartilhar a novidade com o aluno que fazia parte do grêmio da Escola Estadual Mitiharu Tanaka, Matheus. “Liguei pra ele expliquei o projeto. No mesmo dia, ele conversou com o responsável pelo programa Escola da Família (que visa desenvolver trabalhos voluntários) da Escola Nathanael e marcou uma reunião para negociar uma sala”, recorda.

“O objetivo do projeto é quebrar os padrões de desigualdade com a educação e ajudar o estudante do ensino médio chegar ao ensino superior por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”, revela Matheus.

Assim, surgiu o ‘Cursinho Popular Livre’, que funcionaria igual ao projeto que serviu de inspiração para Cibele, sem inscrição e sem chamada. Mas, ao longo das aulas foi possível notar a falta de comprometimento de alguns alunos e o sistema teve que ser alterado, passando a ser o ‘Cursinho para Todos’, que tem um processo seletivo.

Atualmente, o projeto conta com 35 voluntários que fazem oficinas que servem de apoio para o aluno, como, por exemplo, de escrita, ciências, química, sociologia, entre outras. Além disso, os alunos fazem visitas em laboratórios, museus e institutos de São Paulo.

As aulas são ministradas aos sábados na ONG (Organização Não Governamental) Reviva, localizada na Rua Potiguara, 242, Vila Tupi, Várzea Paulista, e na UNIFACCAMP (Centro Universitário de Campo Limpo Paulista), que fica na Rua Guatemala, 167, Jardim América.  

Realização

Para a Professora Cibele, o projeto veio para reduzir a desigualdade social em que vivemos. “Queremos que os nossos alunos de escolas públicas tenham as mesmas oportunidades de estudantes das escolas particulares e, assim, reduzir a desigualdade”.

No primeiro ano de projeto, 50 alunos participaram do ‘Cursinho para Todos’, no segundo ano, o número aumentou para 80, e, neste ano, 100 alunos estão escritos no projeto, todos da rede pública.

“Minha satisfação é ver o resultado do meu trabalho, ver que um aluno que estava desacreditado conseguiu entrar em universidade”, revela a professora.

Matheus, que participou do projeto no primeiro ano e que hoje é um dos responsáveis, diz que está satisfeito com o crescimento do projeto. “Tenho um sentimento de gratidão por eles lutarem pelo próprio futuro e vencendo a desigualdade com a educação”, finaliza.

Mais informações sobre inscrições, oficinas e voluntários, acesse: https://cursinhoparatodos.tk.

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