Aluna com gravidez de risco cola grau dentro de casa na Ilha do Marajó

Aluna com gravidez de risco cola grau dentro de casa na Ilha do Marajó

Uma aluna da Universidade Federal do Pará (UFPA) fez sua colação de grau do curso de Pedagogia do Plano de Formação de Professores (Parfor) dentro da própria casa no sábado (23), em Soure, na Ilha do Marajó (PA).

 

Daniele Valle, 35 anos, está em uma gestação de risco e passou mal pouco antes da cerimônia, em que seria a juramentista da turma. Para que a aluna não ficasse sem participar da colação de grau, a professora Dr.ª Sônia Amaral, que representava o reitor da UFPA na ocasião, foi até a casa de Daniele e fez uma cerimônia particular.

“Agradeci muito a sensibilidade e o olhar diferenciado para minha situação. Só vou ter o neném em maio, sabe lá quando eu ia poder ir na universidade buscar o meu diploma. Isso não é nem profissionalismo, é um gesto de humanidade, coisa que a gente não vê hoje em dia”, disse a formanda ao G1.

Daniele fez o curso por meio do Parfor, ofertado em sua cidade. A pedagoga contou ao G1, que durante quatro anos focou em seus estudos para realizar o seu sonho de se formar.

Mãe de dois garotos e há seis meses grávida do terceiro, ela estava em Belém por recomendação médica. Daniele corre o risco de perder o bebê por causa de uma oscilação em sua pressão, que cai e sobe de forma inesperada. Mas, devido a formatura, o médico libertou a mulher para voltar à sua cidade e participar da cerimônia.

“Ela estava fazendo as unhas quando se sentiu mal, ligou chorando avisando que não poderia mais ir. Quando a cerimônia acabou, nós pegamos a documentação e fomos até a casa dela, que fica perto da praia. Ela vestiu a beca, fez o juramento, eu fiz a leitura do texto conforme manda o ritual, ela recebeu o anel do seu esposo e assinou a ata”, conta a professora Sônia Amaral em entrevista ao G1.

Ainda  de acordo com a professora Sônia, nesses casos é permitido que a colação seja realizada fora da universidade. “Esse é o diferencial do Parfor: olhar para a subjetividade, a peculiaridade, chegar a lugares onde o ensino superior não chegaria. Tem cada lugar de onde as pessoas vêm para estudar que a gente não imagina. Mostrar que o trabalho não olha só a estatística, mas também a formação do ser humano”, afirmou a docente ao G1.

Fonte: G1

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