Menino de 4 anos corta os pulsos por influência da Momo em vídeos do Youtube

Menino de 4 anos corta os pulsos por influência da Momo em vídeos do Youtube

Os pais de um garoto de 4 anos, de Goioerê, no Paraná, fizeram um alerta após o filho cortar os pulsos e ter comportamento violento após ver vídeos no YouTube. A família desconfia que os atos do garoto foram incentivados por aparições da “Momo”, que viralizou em 2017 com um desafio violento.

De acordo com informações do portal Guia Medianeira, a família observou comportamentos erráticos do menino que, primeiro tentou cortar os pulsos com uma faca e depois atacou o pai, tentando enforcá-lo.

Após estes episódios, os pais passaram a observar atentamente o garoto e desconfiaram que o incentivo poderia estar vindo de vídeos de YouTube vistos pelo celular.

Ano passado, a Pais&Filhos fizeram denúncias de dezenas de vídeos infantis eram interrompidos por mensagens violentas da personagem Momo que gerou uma onda de comportamentos violentos e suicidas nas crianças que ficavam expostas a estes conteúdos. A personagem infantil Peppa Pig, por exemplo, já foi usada como atrativo para vídeos com conteúdos inadequados. Vídeos-oficina de slime e clipes da música Baby Shark também servem de isca para as crianças.

No caso que aconteceu em Goioerê, o menino não confirmou aos pais que o vídeo o incentivou àqueles atos, mas pela observação dos pais, o conteúdo consumido pelo YouTube claramente é o motivo.

De olho no seu filho

Para proteger sua família de desafios onlines desse tipo, que nada têm de brincadeira, é preciso observar comportamentos que fujam do normal, como alteração do humor, aumento da agressividade, tristeza, prostração ou emagrecimento. “A atenção deve ser redobrada com aqueles jovens que já apresentem tendência à depressão, que costumam ser especialmente atraídos por jogos prejudiciais”, aconselha Andrea Ramal, consultora em Educação, Doutora em Educação pela PUC-Rio e autora do livro Educação na Cibercultura.

Caso seu filho seja exposto a golpes e cibercrimes como esse, o melhor caminho é denunciar e registrar pelo número 181 ou diretamente em uma delegacia. “Para contribuir com o trabalho das autoridades, é indicado que os pais consigam uma imagem da página, que pode também ser impressa, registrem as conversas e armazenem todas as informações que possam contribuir para o esclarecimento do caso. Também vale entregar computadores e aparelhos celulares para que sejam realizadas perícias e os criminosos possam ser encontrados e punidos”, explica Andrea.

Além disso é muito importante procurar a escola, conversar com o diretor, psicopedagogo ou psicólogo, e com os professores que acompanham a criança, para avaliar a situação como um todo, a partir de diferentes pontos de vista. “É necessário incentivar, na escola e em casa, o questionamento sobre as razões e consequências de atos e escolhas, e refletir sobre valores. Esses desafios online, e outros tipos de riscos do uso da internet, precisam ser debatidos de forma transparente entre professores, pais e alunos”, aconselha a especialista.

Fonte: Pais e Filhos

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