Diego Hypolito fala pela primeira vez sobre sua sexualidade: "Eu sou gay"

Diego Hypolito fala pela primeira vez sobre sua sexualidade: "Eu sou gay"

"Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay". Aos 32 anos, o ginasta Diego Hypolito, dono de uma das carreiras mais vitoriosas da modalidade no país, decidiu falar pela primeira vez sobre sua sexualidade.

Em uma entrevista ao site "UOL", ele se abriu sobre sua homossexualidade e, mais do que isso, contou como sofreu, sobretudo, com a "solidão de não ter com quem compartilhar os dilemas de uma pessoa gay em uma sociedade preconceituosa", como ele próprio disse.

"Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito (...). Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada", disse.

Para ele, um dosm otivos de ter falado publicamente sobre sua sexualidade é dar coragem a outras pessoas que passam pelo mesmo.

"Estamos num tempo de mudança e precisamos mostrar um bom exemplo independentemente de sexualidade. As pessoas têm que entender e respeitar as pessoas como elas são. Eu vejo até muitas pessoas se suicidando, e isso é uma coisa que me preocupa bastante. A gente precisa mudar essa visão, ninguém é melhor que ninguém, ninguém é diferente de ninguém, por que não dar a oportunidade para outras pessoas também se sentirem assim?", disse o ginasta em entrevista ao GloboEsporte.com.

O medo de Diego Hypolito, como ele mesmo contou, teve a ver com sua religião. Com uma grande tatuagem de Jesus Cristo no braço, criado na igreja e, até hoje, frequentador dos cultos da Bola de Neve, ele disse que, em sua cabeça, ser gay era "coisa do demônio".

Mas, independente de qualquer coisa, Diego diz que vai continuar seguindo sua religião e "quem vai julgá-lo é Deus".

"O que faço com isso é pedir mais respeito. O que quero é que realmente que as pessoas sejam mais livres, não levanto nenhum tipo de bandeira, não vou mudar minha personalidade por causa disso, mas ao mesmo tempo também preciso ser livre. Eu acredito que as pessoas nascem assim", continuou.

Diego já gangou dois títulos e três medalhas em Mundiais, além de uma prata na Olimpíada do Rio, em 2016. Essa medalha, aliás, veio após um drama pessoal: Diego sofreu com uma síndrome de pânico e, depois do pódio, passou a ser visto como um exemplo de superação e perseverança.

"Sei que pode ter gente que vai deixar de gostar de mim depois de conhecer a minha história, sei que no culto posso viver situações de preconceito, sei que vir a público e falar tudo isso pode irritar algumas pessoas. Ninguém é obrigado a entender nada, mas é obrigado a respeitar. Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay", concluiu na entrevista".

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