Pedidos de medida protetiva dobram em Jundiaí

Pedidos de medida protetiva dobram em Jundiaí

Os números registrados pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em janeiro deste ano cresceram em todas os tipos de ocorrências em relação ao mesmo período do ano passado. Um dos números que chamam atenção é o de medidas protetivas: em janeiro de 2018 foram 19, contra 38 neste ano.

Para a delegada da DDM, Renata Yumi Ono, o número maior de ocorrências se dá pela maior coragem das mulheres de denunciar. "Elas se sentem mais encorajadas e também existe mais informação", explica.

A medida protetiva, geralmente solicitada na DDM, também pode ser pedida em outras delegacias, como por exemplo no plantão policial, no momento do registro do Boletim de Ocorrência.

A delegada reitera que na maior parte dos casos os agressores respeitam as medidas, sem violar a ordem judicial. "Mas em alguns casos o agressor insiste em praticar a violência contra a vítima", diz. Nesse casos é, então, solicitada a prisão preventiva do agressor.

O desrepeito à ordem judicial aconteceu com uma jovem, no último fim de semana em Jundiaí. Brenda, que tinha uma medida protetiva contra seu ex-namorado, foi vítima de agressão após ele invadir seu apartamento. A delegada informou que o pedido de prisão seria realizado nesta semana e a vítima segue aguardando.

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Outros números

No mês de janeiro também foi registrada uma ocorrência de feminicídio. Foram 67 ocorrências de violência física, que inclui vias de fato e lesão corporal, contra 35 no mesmo período do ano anterior. No caso de violência sexual, como estupro, ato obsceno e outros crimes sexuais, foram 7 (sem nenhuma ocorrência de estupro), contra 4 em janeiro de 2018.

Também cresceram as denúncias de violência moral e psicológica, que inclui calúnia, difamação, injúria e ameaça: foram 70 no mesmo período do ano passado e 97 neste ano. No total, até 25 de janeiro foram 221 ocorrências, contra 141 no período anterior.

Feminicídio no CDP

O caso que mais repercutiu em Jundiaí neste início de ano foi o da jovem Nicolly Guimarães Sapucci, de 22 anos, que fez uma visita íntima ao seu ex-namorado no CDP de Jundiaí, para esclarecer um boato e terminar de vez o relacionamento. Ela foi espancada dentro da cela e morreu com traumatismo craniano. O caso segue sendo investigado pela DDM. 

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