Na última sexta-feira (14), ocorreu a primeira sabatina com candidatos a deputado estadual da região, no Centro Uiversitário Campo Limpo Paulista (UNIFACCAMP).
Com organização feita por alunos do curso de jornalismo da instituição e 12 candidatos estaduais, a população conferiu, pessoalmente ou por meio de transmissão ao vivo no Facebook, as propostas de cada um dos políticos.
A sabatina contou com candidatos com experiência anterior, bem como outros que concorrem pela primeira vez.
As ideias foram expostas, com direito à reação da plateia já no final do evento, quando diferenças ideológicas foram postas à mesa.
Participaram os candidatos: Antônio Pádua Pacheco (PR); Andrea Seixas (PSL); Alexandre Timoteo (PSL); Itamar Gonçalves (Patriota); João Miguel (PMB); Mário Maurici (PT); Mário Luiz (PSB); Pedro Bigardi (PDT); Professor Evandro (PROS); Paloma Soares (PSOL); Rafael Purgato (PCdoB); e Rogério Souza (Novo).
Os dois primeiros blocos foram conduzidos pelos alunos, que abordaram questões como segurança pública, valorização dos professores, avanço imobiliário frente à Serra do Japi, o desenvolvimento de cidades da região além de Jundiaí, a manutenção de espaços como o Teatro Polytheama e o Complexo Fepasa e, principalmente, temas pertinentes à saúde e educação pública.
A cada pergunta, dois candidatos eram escolhidos para responder.
Para os que não puderem comparecer, a sabatina foi divulgada em tempo real no Facebook, onde permanece disponível (você pode conferir neste link).
O Tribuna de Jundiaí foi parceiro do evento, por acreditar que os meios de comunicação devem ser intrumentos da democracia ao disponibilizar a informação.
"Foi um prazer participar como parceiro da Unifaccamp, porque temos a oportunidade de servir como ponte para as pessoas que estão em casa ter acesso às propostas dos candidatos da região e assim poder ter liberdade para fazer escolha na hora do voto", salientou o diretor de jornalismo e conteúdo do Tribuna de Jundiaí, Thiago Godinho.
Em um terceiro momento foi dada a oportunidade de uma pergunta por veículo de comunicação.
O Tribuna de Jundiaí perguntou sobre a atuação dos jovens na política e a melhor forma de convênce-los de participar do processo eleitoral em um momento tão instável e de descrédito da população frente à classe política.
Foram sorteados para responder os candidatos Alexandre Timóteo (PSL) e Paloma Soares (PSOL).
"A juventude é o alicerce de uma sociedade. Hoje em dia o desencantamento e o desinteresse afeta muito nosso juventude. A gente precisa investir na possibilidade do jovem se reconhecer como alguém nesse País, dele reconhecer que ele pode ter atitudes para mudar a realidade atual e futura, por meio de políticas públicas", disse a candidata Paloma.
Já o candidato Alexandre Timóteo afirmou que as redes sociais são um caminho para tal.
"Eu como jovem político acredito nas redes sociais e na política de pé no chao, olho no olho, não com dinheiro. É isso que eu faço para os jovens. Falo também da imortância deles entrarem na política", discursou.
O que disse cada candidato
No final da sabatina, os candidatos tiveram um minuto e meio para defender as suas principais bandeiras.
O candidato Pedro Bigardi (PDT) afirmou que a política vive seu pior momento no Brasil, mas que não é apenas a corrupção que deve ser levada em conta neste momento.
"O grande problema do Brasil é a perda da esperança do povo brasileiro. Precisamos renovar as esperanças. Não podemos fazer isso com ódio, com discriminação. Tem que respeitar o negro, a mulher, o homossexual. Não podemos entrar nessa onda de ódio que está o Brasil", afirmou.
O Professor Evandro (PROS) falou sobre o voto distrital, sobre a importância de eleger representantes da região e a atual marginalização da clase política.
"A marginalização é só para os trabalhadores, a elite vai eleger seus representantes, as grandes famílias. A população também precisa ter consciência de eleger os nossos representantes. Para Morato, Franco da Rocha, Cajamar, Várzea Paulista. A política vira em giro de Jundiaí ou São Paulo", destacou.
Já o candidado Rogério Souza (Novo) questionou quem da platéia conhecia o partido.
"Muitos aqui estão se apropriando do discurso do Novo. O Novo juntou 500 mil assinaturas e criou um partido sem políticos. Somos políticos, mas não no sentido profissional da palara. Somos pessoas indignadas que querem fazer algo pelo Brasil, e a melhor forma é por intermédio do partido", disse.
Paloma Souza, do PSOL, falou sobre a necessidade da mulheres na política, lembrando que só haviam duas participando da sabatina. Uma das principais bandeiras da candidata ao longo da sabatina foi a PEC do Teto, que congela os gastos públicos por até 20 anos.
"As reformas massacram exclusivamente as mulheres pobres e as mulheres negras. Enquanto não ocuparmos esse espaço e deixar que nossas pautas pensadas por homens, poucos vamos avançar", discursou.
Mário Maurici (PT) também citou a da revogação da PEC do Teto, bem como a revogação da reforma trabalhista e a retomada do Pré-Sal, que para ele são pautas nacionais de suma importância.
Já no âmbito regional, Maurici respondeu candidatos que, durante a sabatina, garantiram ampliar a linha 7-Rubi até Campinas.
"O material rodante até Franscisco Morato nunca foi trocado, são os mesmos de 160 anos atrás". Ele ainda questionou candidatos que se dizem revoltados com a política, mas se candidatam.
"Não entendo alguém que desqualifica tanto a política querendo participar da política. A política é uma via de transformação", disse.
João Miguel (PMB) falou sobre o seu partido, o Partido da Mulher Brasileira, que também é novo. "Sou um homem, mas tenho a honra de participar. Fui eu quem busquei esse partido em São Paulo e trouxe para a região. Quero pedir o apoio de todos, sou um defensor do trabalhador, sou um defensor do servidor público", defendeu.
Mário Luiz (PSB), terminou a sabatina falando sobre habitação.
"Em Jundiaí cerca de 64 mil pessoas não têm casa própria, no Estado de São Paulo esse déficti chega a ser de 370 mil moradias", disse. Ele ainda falou sobre a criação da Região Metropolitana de Jundiaí, que foi citada por outros candidatos durante a ocasião.
"O projeto existe, está em tramitação, mas precisa ser revisto. Não se faz uma Região Metropolitana com sete municípios".
Alexandre Timóteo (PSL) utilizou o discurso final para criticar a atuação da esquerda. "O Brasil é o País mais rico do mundo e estamos parados no tempo.
Veja o que temos e o que somos. Muito se fala em partidos socialistas, mas temos uma das piores educações e o socialismo governou o País por décadas", disse, enquanto parte da plateia se manifestava.
O candidato também defendeu a redução de impostos no Estado de São Paulo para geração de comércios e empregos.
A candidata Andrea Seixas (PSL) criticou a educação e disse que, dentre uma das coisas que defende, é que as crianças voltem a repetir de ano.
Ela também fez críticas ao Brasil atualmente e disse que os candidatos devem terminar de cumprir os seus mandatos se eleitos.
"Tudo está deficitário, está um caos, a saúde, a educação. E o candidato tem que cumprir seu mandato, é uma falta de respeito com o voto do povo, que acreditou nele", afirmou.
Rafael Purgato (PCdoB) rebateu o candidado do PSL e fez críticas à direita.
"Me apresento para renovar a região e enfrentar esses discursos fáceis, que voam livremente e prejudicam a população.
Foi a direita brasileira que colocou Temer no poder, que está tirando direito dos trabalhadores e está sufocando o Brasil. É para isso que vamos lutar", disse. Ele ainda defendeu a educação.
"Ninguém melhor que um professor para entender os problemas que temos na educação", discursou.
Antônio Pádua Pacheco (PR) defendeu a criação da Região Metropolitana de Jundiaí.
"Vou defender como deputado eleito com que o Hospital Regional possa atender a região e o Hospital São Vicente fique mais restrito a Jundiaí, vou trabalhar para trazer hospital veterinário para a região, para criar creche para idosos e também pelo enxugamento da máquina pública. Nós conseguiremos fazer isso se elevarmos à condição de Aglomerado Urbano de Jundiaí para uma região metropolitana", defendeu.
Já Itamar Golçalves, do Patriotas, teve como principal bandeira a diminuição do salário de deputados e a troca de mandatos.
"Temos aqui ppessoas que estão em mandato, querem largar o mandato para tentar um outro. O que eles querem é a mordomonia, é o alto salário e não cumprem a palavra.
Para acabar com essa brincadeira, eu criei um projeto, é o primeiro no Brasil, dois anos atrás, e os políticos riram de mim, mas a palavra tem que valer o exercício do mandato. Chega de salário alto, das verbas de gabinete, dos vários comissionados, enquanto o trabalhador ganha pouco e o servidor publico está sofrendo", disse, finalizando a sabatina.