Uso do termo 'violência obstétrica' é vetado pelo Ministério da Saúde

Uso do termo 'violência obstétrica' é vetado pelo Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde emitiu ontem (7) um despacho em que visa vetar o uso do termo "violência obstétrica" de políticas públicas e normas. As informações são da Folha de São Paulo.

O termo é frequentemente utilizado em casos de violência física ou psicólogica praticados pela equipe médica contra gestantes durante o parto.

A medida gerou reações entre especialistas e grupos de defesa das mulheres, em especial porque, nos últimos anos, houve forte debate no Brasil sobre parto normal e atendimento humanizado - temas que eram, até então, apoiados pelo Ministério da Saúde.

A violência obstétrica envolve situações como a restrição do direito de acompanhante durante o parto; a não permição do alívio da dor, de que a mulher se movimente, beba água ou coma alimentos leves durante o trabalho de parto; a realização da episiotemia, corte entre a região do ânus e da vagina durante o parto normal, mesmo sem indicação; além de ameaças, piadas ou frases desrespeitosas.

No documento despachado, o Ministéro da Saúde diz, no entanto, que o termo "tem conotação inadequada, não agrega valor e prejudica a busca do cuidado humanizado no continuum gestação-parto-puerpério".

"Percebe-se, desta forma, a impropriedade da expressão 'violência obstétrica' no atendimento à mulher, pois acredita-se que tanto o profissional de saúde quanto os de outra áreas não têm a intencionalidade de prjeudicar ou causar dano", diz ainda o despacho.

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